Não havera Carnaval em Crato

 

A Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do Município de Crato cancelou a realização do desfile das escolas de samba do Crato, em virtude da situação de emergência decretada na cidade, e dos prejuízos causados pela enchente do último dia 28 de janeiro. Os dirigentes das escolas de samba, segundo Danielle Esmeraldo, compreenderam a decisão da Prefeitura.

A secretária esclareceu que o Bloco das Virgens, uma manifestação espontânea do Carnaval do Crato, desfilará normalmente, com apoio logístico da Prefeitura. O bloco é o maior do interior do Estado e reúne mais de 10 mil pessoas nas ruas principais da cidade. É organizado pelos próprios foliões, na sexta-feira, abrindo oficialmente o período momino cratense.

Escolas de samba

Danielle lembra que, depois de cinco anos desativadas, o prefeito Samuel Araripe garantiu a volta das cinco Escolas de Samba que animavam o Carnaval de rua do Crato. Foi liberada uma verba específica para cada uma das escolas destinada à compra de equipamentos para o desfile. A ideia, segundo o prefeito Samuel Araripe, seria restaurar uma das mais autênticas tradições do Crato.

No entanto, "diante da tragédia que ocorreu no dia 28 de janeiro, seria um contrassenso investir recursos numa festa, enquanto os desabrigados estão precisando de alimentos. Além disso, não existe clima para festa. Todos estão traumatizados com a destruição de parte da cidade pela enchente do Rio Granjeiro", justifica Samuel.

Para o prefeito, o momento é de trabalho. "Nós estamos na luta para conseguir recursos a fim de recuperar os danos causados pela enchente", acrescentou o chefe do Executivo cratense, destacando o apoio e a solidariedade que vem recebendo da população e dos governos do Estado e Federal.

Os presidentes das Escolas de Samba lamentaram o cancelamento. No entanto, compreenderam que a população cratense ainda está contabilizando os prejuízos causados pela tromba d´água que desabou sobre a cidade. O carnavalesco Francisco Rui Araújo, fundador da Escola de Samba "Unidos de São Sebastião", hexa-campeã do Carnaval do Crato, disse que a escola já estava preparada para ganhar mais um título. Porém, esta tragédia desmotivou os dirigentes.
Doação

A população da cidade está mais preocupada em campanhas de arrecadação de donativos para os desabrigados.

De acordo com levantamento feito pela Prefeitura, são mais de 100 famílias que ficaram sem as suas casas. "Todos nós somos responsáveis pela reconstrução da cidade", afirmou o carnavalesco Araújo.

A mesma preocupação foi manifestada por Antonio Vitorino da Silva, diretor da Escola de Samba que tem o seu nome. Vitorino informou que, se não fosse essa catástrofe que ocorreu no Crato, a Escola iria brilhar no desfile de ruas, levando para a avenida mais de 500 sambistas. "Já estava tudo pronto. Fica para o próximo ano", diz ele, resignado.

Fonte: http://barroterraboa.blogspot.com